A agência Lusa lançou uma notícia sobre esta visita que a seguir transcrevemos:
O presidente do Sindicato da Construção de Portugal iniciou esta terça-feira uma viagem de três dias à Suíça para denunciar a "exploração" de trabalhadores portugueses e defender "direitos iguais" aos dos profissionais locais, seguindo depois para França e Alemanha.
Em declarações à agência Lusa à chegada à Suíça, Albano Ribeiro antecipou que deverá encontrar "muitos problemas em termos de salários, instalações sociais e habitação", assegurando que muitos trabalhadores portugueses do setor vivem no estrangeiro numa situação de "escravatura contemporânea".
A deslocação à Suíça insere-se num "périplo" iniciado em março com uma viagem ao Luxemburgo, Bélgica e Holanda, em que o sindicato constatou que as autoridades locais de inspeção do trabalho, nomeadamente no Luxemburgo, não estão "devidamente empenhadas em acabar com a escravatura contemporânea de trabalhadores portugueses".
De acordo com a estrutura sindical, em causa estão as "centenas de pobres portugueses em vários países", como Bélgica, Luxemburgo, França, Suíça e Alemanha, que estão a surgir na sequência da "emigração feita com olhos fechados", através de angariadores de mão-de-obra que não cumprem com as condições prometidas.
"Os parceiros sociais têm que intervir para acabar com esta escravatura contemporânea", sustenta o presidente do sindicato, que já solicitou audiências ao ministro do Trabalho, ao inspetor-geral do Trabalho, aos eurodeputados portugueses do Parlamento Europeu, ao secretário de Estado das Comunidade Portuguesas e ao presidente da Comissão Europeia no sentido de os alertar para o problema.
De acordo com Albano Ribeiro, é gritante a disparidade entre o salário dos trabalhadores recrutados por angariadores e os contratados por empresas idóneas: os primeiros ganham entre três a cinco euros/hora, quando os segundos auferem de 11 a 17 euros/hora, "mais outras regalias sociais".
No caso específico da Alemanha, por exemplo, um trabalhador da construção português ganha três euros/hora e um trabalhador alemão, na mesma obra, ganha 19 euros/hora.
Já na Holanda "a situação é muito menos lesiva em termos sociais e laborais, dado haver um maior controlo das autoridades".
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