domingo, 17 de maio de 2015

Emigrar é solução considerada por mais de metade dos jovens portugueses

Mais de 53% dos jovens revelam que estão abertos à possibilidade de vir a trabalhar no estrangeiro no futuro e 16,1% também não descarta a possibilidade, diz um estudo elaborado a pedido da Presidência da República.
O problema do desemprego é um dos temas abordados no estudo, que mostra que a proporção de jovens sem trabalho há mais de um ano é já “muito significativa”. Entre os inquiridos com idades entre os 15 e os 24 anos, 38,2% estão sem emprego há mais de um ano, percentagem que sobe até aos 52% nos chamados ‘jovens adultos’ com idade entre os 25 e os 34 anos. Contudo, nos jovens com escolaridade de nível superior os valores são “inexpressivos”.
Relativamente aos apoios aos desempregados, os jovens entre os 15 e os 24 têm na família a sua principal forma de subsistência, enquanto entre os 25 e os 34 anos o apoio social do Estado e o apoio de familiares está equiparado (um pouco mais de 20%). Quanto às causas do desemprego juvenil, 65% dos inquiridos atribuem essa realidade ao facto de haver cada vez menos empregos para quem está a entrar no mercado de trabalho.
Apesar do estímulo que tem sido dado ao empreendedorismo, apenas 28% da população empregada em Portugal consideraria a hipótese de criar o seu próprio emprego. Nos inquiridos entre os 15 e os 24 anos essa percentagem desce para os 24,3%, subindo para 33,1% nos jovens entre os 25 e os 34 anos e fixando-se nos 32% na faixa etária entre os 35 e os 44 anos.
Nos valores do trabalho, estabilidade e segurança são os fatores considerados mais importantes para todas as idades – mais de 80%. Na faixa etária entre os 15 e os 24 anos o valor é ainda maior, com 83,7%, enquanto nos jovens entre os 25 e os 34 por cento a percentagem é de mais de 85%.
Relativamente às perspectivas de futuro, apenas 21,6% dos portugueses acredita que a situação de crise e de escassez de trabalho virá a resolver-se num futuro próximo.
No capítulo das experiências laborais no estrangeiro, 53,1% dos jovens entre os 15 e os 24 anos declarou considerar trabalhar fora de Portugal, com a União Europeia a ser eleito o destino preferencial por 70% desses jovens, e 16,1% não sabe, mas não exclui a hipótese.
As principais motivações para uma mudança de país são: mais oportunidades de encontrar emprego, melhores condições de trabalho e melhor qualidade de vida no estrangeiro.
O estudo, elaborado por Marina Costa Lobo, Vítor Sérgio Ferreira e Jussara Rowland, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, a pedido da Presidência da República, intitula-se “Emprego, Mobilidade, Política e Lazer: situações e atitudes dos jovens portugueses numa perspectiva comparada” e foi ontem, 15, apresentado na Fundação Champalimaud.
Fonte: Agência Lusa

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